Makita: Empresa cresce importando
A Makita teve visão para expandir o mercado da empresa. Infelizmente, não buscou esse crescimento com produtos feitos aqui, mas através de produtos importados, principalmente da China. O resultado dessa política é que muitas peças e máquinas deixaram de ser feitas na fábrica de São Bernardo, provocando demissão e menor volume de trabalho.
O diretor do Sindicato na Makita, Paulo Dias (foto), explica que essa operação ocorre em duas vertentes. Numa, a empresa traz produtos semi-montados e realiza a montagem final aqui e afirma que o produto é nacional.
Dias conta que a outra vertente seguida pela empresa foi a criação da Makitec, uma linha mundial de máquinas, furadeiras, serra mármore e outros equipamentos. Mesmo de qualidade inferior aos fabricados no Brasil, eles também são trazidos da China para cá.
Só que a empresa não identifica a origem do material. Escreve apenas RPC (República Popular da China) na embalagem. Assim o consumidor não tem claro que é material importado da China. “Tem mais Makitec no estoque que produto nacional”, afirma Dias.
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Apesar disso tudo, se discute muito nacionalização de produtos na fábrica, principalmente através da serra mármore, conhecida no mercado como sinônimo de qualidade. Hoje 80% deste equipamento é feito no Brasil e estão trabalhando para chegar a 100%. “Temos condição de fazer uma máquina competitiva e de qualidade”, ressalta.
Paulo Dias alerta que é muito grande a quantidade de máquinas piratas entrando de contrabando no Brasil. “A diretoria do Sindicato colocou-se a disposição da Makita, mas a empresa prefere não se abrir”, lamenta Dias.
Apesar de todas as dificuldades, ele acredita que mudanças podem ocorrer com alterações na diretoria da empresa que pode privilegiar a produção nacional.