Fatecs e ETEs: Negociações são abertas

Professores e funcionários das Fatecs (Faculdades de Tecnologia) e ETEs (Escolas Técnicas Estaduais) de São Paulo venceram a intransigência de Geraldo Alckmin (PSDB). Eles conseguiram que o governo abrisse negociações e aprovaram o retorno às aulas.

Eles querem formar uma comissão com representantes de todos os envolvidos, aceitam o par-celamento do reajuste pedido, de 72,22% (estão há 10 anos sem aumento); pedem o pagamento dos dias parados; a não-punição dos grevistas; e a realização de processo seletivo do segundo semestre em todas as unidades.

>> Luta na ETE Lauro Gomes

O metalúrgico Roger Morais, estudante de mecatrônica na ETE Lauro Gomes, em São Bernardo, informou ontem que os alunos na escola entraram com recurso junto ao Centro Paula Souza, entidade responsável pelas Fatecs e ETEs, solicitando o cancelamento do primeiro semestre deste ano letivo.

Eles pretendem se antecipar ao governo, que pode determinar a reposição de aulas pelos professores. Se isso acontecer, Morais alerta que os alunos serão muito prejudicados. Como exemplo de impedimento, cita quem estuda à noite e trabalha aos sábados. “A formação deste pessoal, que já é precária, ficará ainda mais prejudicada”, denuncia o companheiro.

Existe mais um agravante, lembra Morais. Caso o Centro Paula Souza não atenda ao pedido, os alunos repetirão de ano. Isto tiraria toda a validade do vestibulinho de meio de ano porque, com a reprovação, a escola não poderá abrir novas vagas, já que será obrigada a preencher as vagas existentes com os repetentes.

Se isto ocorrer, os milhares de estudantes inscritos nesse concurso estariam jogando fora o dinheiro da inscrição, que iria direto para os cofres do governo do Estado.