Mercado de trabalho: Empregos crescem. Informais também

O presidente Lula comemorou ontem na China o fato de nos três primeiros meses de 2004 terem sido criados 534 mil novos empregos com carteira assinada no País. “É o maior saldo positivo desde 1992. Portanto, o maior saldo dos últimos 12 anos”, disse Lula, referindo-se à diferença entre o número de trabalhadores admitidos e demitidos nesse período. O dado consta do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O problema é que nos primeiros quatro meses deste ano encolheu em 27 mil por mês a quantidade de pessoas no mercado formal, enquanto aumentou 400 mil a cada trinta dias o número no mercado informal. Os números são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em números redondos, o emprego com carteira assinada caiu de 7,361 milhões em 2003 para 7,334 milhões em 2004, enquanto o trabalho sem registro somou 6,751 milhões este ano, bem acima dos 6,353 milhões de 2003. Por isso, a campanha em defesa da Carteira Assinada desenvolvida pelo Sindicato está mais que atual.

>> Comparação

Basta ver que há dois anos, os formais representavam 40% da força de trabalho e os informais 34,4%. Hoje o grupo dos formais responde por 39% do total da população ocupada e os informais, 36,5%.

O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, por exemplo, acredita que já no segundo semestre haverá sinais de melhora. Ele lembra que o próprio IBGE registrou 130 mil novas ocupações em abril. O número de desempregados continuou a crescer porque 217 mil pessoas que tinham desistido de procurar emprego voltaram a bater calçada devido ao reaquecimento da economia.

“Não foi o desemprego que aumentou. Foi a estatística do desemprego que aumentou”, completou o presidente da CUT Nacional, Luiz Marinho.