Lula na China: Uma nova geografia comercial. Sem a ALCA

O presidente Lula classificou sua viagem à China como o coroamento de uma nova política externa de aproximação com outros países em desenvolvimento. Ele comentou que o símbolo mais visível dessa nova geografia comercial no mundo é o G3, grupo que reúne Brasil, África do Sul e Índia.

Segundo ele, num futuro bem próximo o G3 vai se transformar em G5, com a adesão da China e também da Rússia. Em dezembro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, visitará o Brasil. No ano passado, somente o comércio bilateral Brasil-China alcançou 8 bilhões de dólares.

>> Mercosul e empregos

O presidente lembrou as etapas de implementação da nova política externa, iniciada com a revita-lização do Mercosul, e pela maior aproximação com outros países da América do Sul, além da assinatura de acordo com os países andinos.

O objetivo dessa política é forçar os países ricos a cederem em questões comerciais, principalmente as relativas a subsídios agrícolas.

>> Comércio com 58 países

O Mercosul, a União Européia e o Caribe, num total de 58 países, assinaram no sábado acordo de liberação transcontinental que deverá ser concluído até outubro.

Esse foi o maior saldo da III Cúpula da América, Caribe e União Européia, realizada na cidade mexicana de Guadalajara.

O chanceler Celso Amorim reconheceu as dificuldades de concluir as negociações, mas disse que o acordo é uma janela de oportunidades. O acordo vai significar a ampliação aos mercados de bens, produtos agrícolas, serviços e investimentos.

Desta forma, a ALCA deixa de ser prioridade à medida que o Brasil conquista novos parceiros comerciais. A ALCA deveria ser implementada a partir de janeiro mas, por conta desta nova geografia, o prazo não será cumprido, apesar da pressão dos Estados Unidos.