Cultura de exclusão continua nas empresas

As 500 maiores empresas do Brasil estão preocupadas em eliminar as desigualdades nas relações de trabalho. Porém, de acordo com pesquisa do Instituto Ethos, muitas dessas companhias impedem a diversidade racial e social, adotando uma cultura de exclusão. O Instituto Ethos estimula a responsabilidade social entre as empresas.

Elaborada pelo Ibope, a pesquisa Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas revela que, em termos raciais, 74% das empresas no Brasil não têm negros em sua diretoria.

Em 58% das 500 maiores, mulheres não ocupam cargos de diretoria. Das 6.016 mulheres que ocupam cargos de gerentes, apenas 372 são negras e apenas 3 negras aparecem entre as 339 executivas das grandes organizações.

Segundo o professor Hélio Santos, da Universidade de São Marcos, “as empresas não privilegiam os talentos femininos ou negros. Existe uma cultura de exclusão”. A mulher negra é apontada ainda como a mais desfavorecida no mercado de trabalho.

Em termos de salário, a pesquisa constata que a renda média mensal do trabalhador negro corresponde a 50% do salário do trabalhador branco, embora 40% das empresas consultadas desenvolvam políticas para elevar a participação das minorias raciais e dos portadores de deficiências no mercado de trabalho.

Embora tenham feito conquistas no mercado de trabalho, as mulheres respondem por 9% dos cargos executivos nas empresas. Somente 18% ocupam cargos de gerência e 28% alcançam chefias.