Brizola: Fim de uma era
Fim de uma eraBrizolaA morte de Leonel Brizola (foto) representa o fim de um período que começou em 1930 com Getúlio Vargas. Em 1937, Vargas instaura o Estado Novo e passa aos conservadores a bandeira das reformas sociais do País. Oito anos depois é derrubado e forma dois partidos: o conservador PSD, ligado ao campo, e o PTB, nacionalista e reformista, voltado aos trabalhadores urbanos. Brizola viveu ligado a este grupo.
Seu grande momento foi em 1961, quando era governador do Rio Grande do Sul e formou a cadeia da legalidade, união de emissoras de rádio que garantiu a posse do vice João Goulart após a renúncia do presidente Jânio Quadros. Por causa desse movimento teve que sair do Brasil quando os militares deram o golpe, em 1964.
>> Caudilho
Com a anistia, em 1979, retor-nou com a certeza de retomar a liderança dos trabalhadores com seu PTB. Só que os trabalhadores já estavam formando seu partido. Na luta para alcançar o poder, chegou a defender a prorrogação do mandato do último general da ditadura e a apoiar Collor quando o impeachment já era certo. Foi candidato a vice de Lula em 98, com que rompeu recentemente.
Brizola era um caudilho, o último representante do PTB getulista e não deixa herdeiros políticos. Caudilho significa chefe, um tipo de líder que não consegue transferir a liderança para sucessores.
Mesmo errado, sempre teve coragem de defender seus pontos de vista e receber críticas ou elogios por eles. Seu corpo será enterrado amanhã, em São Borja, Rio Grande do Sul, onde nasceu.