10 anos de Real: Desemprego e crescimento da dívida

O Plano Real, lançado há 10 anos por FHC, em 1º de julho de 1994, deixou uma herança trágica. Cerca de 3 milhões de trabalhadores perderam o emprego por causa do modelo de estabilidade adotado.

Economistas calculam que para esse pessoal conseguir voltar ao mercado serão necessários 7 anos de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) – soma das riquezas produzidas pelo País no ano – a uma taxa de 3,5%.

Para azar dos trabalhadores, o modelo de estabilidade implemen-tado pelo Real não incentivou o crescimento.

Ao contrário. O Brasil encerrou 2003 com 9 anos seguidos de crescimento anual abaixo do necessário para fazer o emprego crescer. A média foi menor que 2%.

Além disso, para manter baixa a inflação, o Plano incentivou as privatizações do patrimônio público e os juros altos.

O resultado é que em dez anos a dívida pública triplicou, saltando de R$ 300 bilhões para mais de R$ 900 bilhões.

Bancos levam a melhor
Ruim para os trabalhadores, ruim para o governo, bom para os bancos. Em dez anos de nova moe- da, os lucros deles passaram de R$ 1,2 bilhão em 1994 para R$ 14,5 bilhões em 2003, um ganho de 1.039%, ao passo que nestes dez anos, fecharam metade dos postos de trabalho.