“Com os sindicatos, existe uma mudança para melhor”

Qual o papel dos trabalhadores nessa luta ?

Essa preocupação tem a ver com o passado anarquista, no início da organização dos sindicatos no Brasil. Em relação à criança e adolescente, o movimento sindical sempre participou das lutas populares na defesa do direito à vida, na questão da paz e no direito à educação e saúde. Nos anos 70 apoiava os movimentos sociais pela infância com carros de som, impressão de materiais e cessão dos espaços.

A CUT também atua?
Com a CUT, os trabalhadores participaram das questões relativas à violência, maus tratos na Febem, trabalho escravo infantil. A partir da metade dos anos 80, as pautas das campanhas salariais dos sindicatos passam a incorporar reivindicações como direito às creches e ao primeiro emprego. 

Depois vem o ECA?
Na Constituinte, em 1988, o movimento sindical mostra a cara e apresenta propostas junto com as ongs e os movimentos em defesa da criança e adolescente. Depois, com a Constituição, lutamos pelo ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, uma lei totalmente criada pela sociedade civil.

Qual o papel do dirigente sindical nas cidades e no ABC?
Acredito que o movimento sindical deva atuar em três frentes:

1) ocupando os espaços municipais de deliberações das políticas públicas como os conselho dos direitos das crianças e adolescentes voltados ao trabalho, saúde e educação.

2) na mobilização e pressão como os fóruns de defesa dos direitos das crianças e adolescentes.

3) criar nas fábricas comissões para entender melhor os direitos das crianças e adolescentes e defender melhor o adolescente trabalhador.

Quando o movimento sindical se envolve nos conselhos e fóruns existe uma mudança para melhor. Uma visita de sindicalistas às unidades da Febem para saber como os adolescentes estão sendo atendidos teria repercussão nacional.