Comércio exterior: Brasil tem nova vitória na OMC
O ministro Celso Amorim repetiu na reunião da OMC o que Adriano fez contra a seleção da Argentina. Quando parecia que o Brasil ia perder o jogo, ele virou o placar e permitiu ao País vencer na prorrogação. A diferença, agora, é que ainda não dá para botar a mão na taça.
Em outras palavras, o ministro das Relações Exteriores foi fundamental para fazer Estados Unidos, União Européia e outros países desenvolvidos assinarem documento em que se comprometem a cortar subsídios agrícolas e abrir seus mercados a produtos de outras nações.
Tudo isso ocorreu na reunião da Organização Mundial do Comércio no último fim de semana em Genebra, na Suíça. Como o Brasil é o quarto maior exportador agrícola do mundo, o próprio Amorim calcula que o País ganhará R$ 30 bilhões com o acordo. Esse é o lado bom da história.
O lado ruim é que o dinheiro vai demorar. “Não 15 ou 20 anos mas também não serão só um ou dois”, admitiu o ministro. “Ainda precisamos definir uma agenda para as mudanças”, completou. Os prazos começam a ser definidos no final de 2005. Aos poucos, as nações desenvolvidas irão diminuir a ajuda que dão aos agricultores de seus países, hoje de R$ 3 bilhões por dia.
Ao mesmo tempo, EUA, União Européia e os demais países desenvolvidos terão de baixar os impostos para a entrada de produtos brasileiros e de outras nações pobres. Quando for estipulado um prazo para isso acontecer, significa que botamos a mão na taça.