"Oferecer abono é ridículo"
Foi essa a reação do presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, sobre a proposta das montadoras apresentada na última rodada de negociação de quinta-feira. Tanto, que ela foi rejeitada na mesa. A proposta é de R$ 400,00 de abono para salários até R$ 5 mil.
Os metalúrgicos da CUT já têm garantida a reposição integral da inflação deste ano e a luta da categoria é por aumento real.
“Queremos aumento real bem melhor do que no ano passado porque a produção está em alta”, afirmou o presidente do Sindicato. “Em 2003, apesar da crise, conquistamos 2%”, lembrou. “É importante lembrar que também estamos discutindo redução de jornada e controle das horas extras”, prosseguiu.
Próximas
Os patrões ficaram de apresentar contraproposta sobre o controle das horas extras e rejeitaram o aumento para 50% do adicional noturno. Também não aceitaram a criação de um fundo para formação e cidadania.
“Vamos insistir neste ponto porque consideramos fundamental a criação de um espaço para o trabalhador se capacitar como cidadão”, afirmou Adi dos Santos Lima, presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT).
A Federação volta a se reunir com a Anfavea hoje e dia 31. Com o Sindipeças (Grupo 5) a reunião é nesta quinta-feira e dia 30 (a reunião de hoje foi cancelada).
O prazo limite é dia 31 para que os setores apresentem uma proposta de acordo.
“Na assembléia geral do dia 1º de setembro, na Sede, deveremos aprovar ou rejeitar a proposta patronal”, disse Feijóo.
“Se não tiver proposta, entraremos setembro com muito barulho”, afirmou o presidente do Sindicato.
No interior, começa mobilização dos trabalhadores
Começaram por Sorocaba as mobilizações que os trabalhadores nos Grupos 9, 10 e Fundição começam a fazer pelo interior para pressionar pela abertura de negociações.
Os empresários destes setores continuam mudos há mais de um mês depois do início da campanha.
No ABC, o pessoal na Carbono Lorena (Grupo 9), de Ribeirão Pires, fez assembléia de mobilização na última sexta-feira.
As assembléias nessas fábricas ficarão mais intensas com o objetivo de forçar os patrões a negociar.