Guerra no Iraque: Balanços do inferno

Em 15 meses de ocupação, 10.468 iraquianos morreram e mais de 40 mil foram feridos para que Saddam Hussein fosse deposto e preso. Os números são de um relatório dos centros de estudos norte-americanos Foreign Policy In Focus e Institute for Policy Studies, de 54 páginas chamado Os Crescentes Custos da Guerra do Iraque.

Ocorreram 952 mortes entre os militares da coalizão liderada pelos EUA, cerca de 80 civis estrangeiros e 30 jornalistas.

Mais terror
O conflito inflamou ainda mais o caldeirão dos terroristas ao redor do mundo. O relatório cita o crescimento da capacidade de recrutamento da Al Qaeda, que contaria atualmente com pelo menos 18 mil membros (mil deles no Iraque). A guerra do terrorismo apenas deu combustível à raiva contra dos EUA.

Segundo um estudo do Departamento de Estado dos EUA, os ataques antiamericanos que em 2002 foram 77, passaram para 84 no ano seguinte, sem contar o conflito no Iraque.

A fatura da guerra para os norte-americanos, segundo o relatório, já chega a 126,1 bilhões de dólares (390 bilhões de reais) quase 3,4 mil dólares por família nos EUA.

Esse dinheiro poderia diminuir a fome no mundo à metade, oferecer água tratada e remédios para tratamento da AIDS no mundo pobre por dois anos. Nos EUA, diz o relatório, o dinheiro poderia pagar salários para três milhões de professores primá-rios, ou dar cobertura de saúde para 82 milhões de crianças ou ainda para 27 milhões de adultos.

Insegurança
O sistema educacional iraquiano sofre com o baixo comparecimento dos alunos, que temem a falta de segurança. Dados da Unicef citados no relatório afirmam que cerca de 200 escolas teriam sido destruídas no conflito. E muitas acabaram saqueadas.

A insegurança, por fim, chegou a níveis assustadores. O registro de mortes violentas no Iraque passou de uma média de 14 por mês em 2002 para 357 em 2003.

Economia despedaçada
Os custos econômicos da guerra são bem mais dramáticos para o Iraque.

O desemprego que era de 30% antes da invasão, chegou a 60% na metade do ano passado e apenas 1% da mão de obra iraquiana trabalha nos projetos de reconstrução.

Outro impacto na economia iraquiana é a queda da produção do petróleo.

De uma média 2,04 milhões de barris diários em 2002, a produção despencou para cerca de 1,33 milhões de barris em 2003.