Assembléia da ONU: Lula defende nova ordem internacional

No discurso que fez ontem na abertura da 59ª Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o presidente Lula defendeu uma nova ordem internacional que garanta oportunidades reais de progresso econômico e social para todos os países. Ele defendeu também mudanças na atuação de organismos como o FMI (Fundo Monetário Internacional) para diminuir as desigualdades e permitir a paz no mundo. O evento reúne chefes de Estado e a elite diplomática internacional em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

“A situação exige dos povos e de seus líderes um novo censo de responsabilidade individual e coletiva. Se queremos a paz, devemos construi-la. Se queremos eliminar a violência, é preciso remover suas causas, como enfrentamos os agentes do ódio”, disse Lula.

“Hoje, em 54 países a renda per capita está mais baixa do que há dez anos. Em 34 países, a expectativa de vida diminuiu; em 14 países, mais crianças morrem de fome. Na África, 200 milhões de seres humanos estão num cotidiano de fome, doença e desamparo”, completou o presidente.

Pobreza
A reunião de líderes mundiais para a Ação contra a Fome e a Pobreza, organizada e realizada na segunda-feira por Lula, alcançou pleno êxito pois as propostas apresentadas pelos governos da França, Espanha, Chile e Brasil conseguiram o apoio de mais de 100 países.

Só os Estados Unidos não gostaram da proposta de taxar em 0,01% as transações financeiras e o comércio de armas. Falando em nome do presidente Bush, a ministra da Agricultura, Ann Veneman, chamou as sugestões de irrealistas e antidemocráticas. Mas não apresentou qualquer alternativa.

O presidente da França, Jacques Chirac, reagiu. “Por mais fortes que sejam os EUA, não podemos imaginar resistência a uma iniciativa apoiada por 110 países”.

Com as taxações, Lula acredita que será possível arrecadar R$ 150 bilhões por ano e destinar a soma a investimentos que cumpram as Metas do Milênio.