Desemprego: Taxa cai 20% no ABC
A recuperação da atividade econômica nos últimos 12 meses já trouxe grandes benefícios para os trabalhadores no ABC. Pesquisa Dieese-Seade realizada na região em setembro de 2004 mostrou que houve uma queda de 20,7% na quantidade das pessoas sem trabalho no ABC. É um dos maiores índices de recuperação registrados pelo Dieese-Seade.
O principal responsável pelos novos postos de trabalho foi o setor de serviços. Nos últimos doze meses 267 mil novos empregos foram criados na área. Em seguida aparece a indústria, com 146 mil novos postos.
Outros empregos foram abertos também nos setores de vestuário e têxtil (19,5%), gráfica e papel (13,6%), alimentação (10,6%) e metal-mecânica (7,6%).
» Auto-estima
Salomão Dantas da Silva Santos, o Serrinha, é um desses novos contratados. Ele fazia bicos há quase dez anos, desde que perdeu o emprego na Maxion quando a firma fechou. Até dezembro, Serrinha trabalhará como limpador técnico, contratado por uma empresa terceirizada na Mercedes-Benz. Se a montadora gostar do serviço da terceira, o contrato será renovado.
“Sinto como se tivesse aberto uma nova perspectiva em minha vida ao voltar a trabalhar registrado”, conta Serrinha. “Estou com a auto-estima no alto. Emprego é tudo”, afirma ele, que continua lavando carros no Sindicato como bico.
» Dinheiro curto
Outro que aproveitou a fase foi o eletricista Eli Freire, de 29 anos, que foi contratado como operador de máquinas também na Mercedes.
Ontem ele fazia os testes finais de admissão na empresa depois de ficar parado por mais de um ano. O companheiro revela que está muito feliz, pois é casado e tem duas filhas e o dinheiro estava ficando curto.
» Renda tem queda
O levantamento Dieese-Seade aponta queda nos salários do setor privado. No último ano, os trabalhadores no ABC perderam 1,1%.
Os salários no comércio foram exceção e cresceram 6%. Mas nos demais setores houve queda, sendo de 2,5% nos serviços e de 1,4% na indústria, por exemplo.
A diminuição na renda acompanha a tendência de queda no desemprego, observada também em outras regiões do País.
No último ano, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e o Distrito Federal registraram significativos aumentos nas taxas de emprego.