Eldorado dos Carajás: Prisão para os dois oficiais

O Tribunal de Justiça do Pará manteve a condenação do coronel Mário Pantoja e do major José Maria de Oliveira pela morte de 19 trabalhadores sem-terra e por ferimentos em outros 66 na cidade de Eldorado dos Carajás em abril de 1996.

O coronel já havia sido condenado a 228 anos de prisão e o major a 154 anos. Depois de negar o recurso da defesa, o Tribunal decretou a prisão imediata dos dois oficiais.

No mesmo julgamento, o Tribunal manteve a absolvição da tropa, formada por 124 sargentos, cabos e soldados envolvidos no massacre, uma vez que o processo foi montado de maneira a não identificar os atiradores.

A defesa vai recorrer da decisão pedindo a absolvição do major e do coronel, enquanto a promotoria também vai recorrer para que a tropa seja condenada.

O ouvidor da secretaria Especial de Direitos Humanos, Pedro Montenegro, disse que a condenação foi um passo decisivo para se quebrar o círculo vicioso da impunidade existente no País. 

Massacre
O massacre aconteceu quando a tropa da PM foi desbloquear uma rodovia ocupada pelos sem-terra e passaram a atirar de maneira indiscriminada. Muitos foram torturados e outros mortos com objetos cortantes.

Os dois comandantes da operação foram condenados por terem levado a tropa até o local com armamento pesado e também por descaracterizarem o local do crime depois do massacre.

A defesa alegou que o major e o coronel não deram ordem para que a tropa avançasse sobre os sem-terra.