AIDS aumenta entre as mulheres
Três manifestações, uma realizada ontem em São Bernardo e duas que acontecem hoje em Mauá, marcam a campanha dos grupos feministas da região contra a violência, principalmente doméstica que, entre outras consequências, faz aumentar os casos de aids entre as mulheres.
Durante a caminhada de ontem, entre a Praça da Matriz e o Paço de São Bernardo, os oradores denunciaram que, pela legislação atual, a punição para os agressores não passa de doação de cestas-básicas.
Hoje, Dia Mundial de Combate à Aids, a CUT-ABC distribui camisinhas em dois atos, um em frente à portaria da Valisère e outro na Praça do Relógio.
Epidemia
Relatório da ONU aponta que a epidemia da aids tem avançado, principalmente entre mulheres. Em 2002 eram 36,6 milhões de pessoas portadoras do vírus HIV e hoje são 39,4 milhões.
Mostra também que existe uma tendência mundial de aumento da aids entre as mulheres, revelando que metade dos infectados é do sexo feminino.
Aqui no Brasil, a aids avança principalmente entre as mulheres com relacionamento estável.
Por falta de informação ou por submissão, elas ainda não têm condições de recusar as investidas do companheiro ou não conseguem fazer com que eles usem camisinha.
Brasil dá exemplo no combate
O Brasil possui mais de um terço dos casos de AIDS registrados na América Latina.
O relatório da ONU elogia o programa de prevenção e tratamento da aids adotado no País. A distribuição de medicamentos e a realização de tratamento na rede pública fizeram aumentar em cinco anos a sobrevida dos doentes.
“O Brasil é reconhecido como um campeão entre os países em desenvolvimento”, comentou o coordenador da ONU no Brasil, Carlos Lopes.
Ele disse que são escassos os recursos mundiais destinados a combater a doença, estimados em 6 bilhões de dólares anuais, ou cerca de R$ 18 bilhões.
Na avaliação da ONU, os investimentos anuais deveriam estar em torno de 15 bilhões de dólares, ou seja, R$ 42 bilhões.