Itália: Greve contra política econômica

Os trabalhadores italianos realizaram uma greve geral ontem para protestar contra as políticas econômicas do governo comandado pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Essa é a quarta paralisação nacional desde que o governante tomou posse em 2001.

Bancos, fábricas, e transporte ficaram parados por até oito horas na capital, Roma. Houve também manifestações em mais de 70 cidades do país.

A manifestação foi um protesto ao corte de impostos anunciado por Berlusconi no valor de 8,6 bilhões de dólares para 2005, o que o ajudou a recuperar a iniciativa política após meses de disputas travadas dentro da coalizão de governo dele, de centro-direita.

Segundo a agência Reuters, o corte deverá ser financiado com uma redução de gastos públicos, aumentos de taxas e a criação de uma multa para legalizar construções ilegais.

Robin Hood ao contrário
Os sindicatos criticaram a medida, afirmando que o pacote de cortes beneficia os ricos e oferece pouca ajuda para os trabalhadores, insatisfeitos também com o desempenho tímido da economia nos últimos três anos.

“Essa greve é a melhor resposta ao massacre social desse governo dos privilegiados, que dá aos ricos cortando serviços oferecidos aos cidadãos”, afirmou Alfonso Pecoraro Scanio, líder do partido Verde.

Em paralisações anteriores, os italianos se opuseram às reformas trabalhistas e da previdência, mas as duas acabaram sendo transformadas em lei.

Os italianos também protestaram contra uma medida que protege Berlusconi de acusações de crimes envolvendo seus interesses públicos e privados.

Ele já era um dos homens mais ricos da Itália antes de se tornar primeiro-ministro.

Metalúrgicos lutam por emprego
Depois da Volks, GM e Mercedes agora é a Fiat italiana que ameaça fechar postos de trabalho com a transferência de produção para regiões de menores salários.

Os metalúrgicos na montadora fizeram uma paralisação geral no mês passado nas várias plantas, exigindo a manutenção da produção.

O atual presidente da Fiat, Herbert Demel (que presidiu a Volks brasileira), quer negociar com os sindicatos o fim da produção de alguns modelos e a restruturação de cada fábrica na Itália.

Os sindicatos denunciam que isso já ocorre e que, pela primeira vez, a Fiat produziu menos carros na Itália que em outros países.