Marcha sobre Brasília começa com 2.000 pessoas
Trabalhadores de todas as regiões do Brasil iniciaram ontem a Marcha sobre Brasília”, em defesa da correção da tabela do Imposto de Renda, do reajuste e de um plano de recuperação do salário mínimo.
Vários ônibus lotados de metalúrgicos do ABC saíram de São Bernardo no domingo de manhã e à noite para participar do ato organizado pela CUT com a adesão das demais centrais sindicais.
Cerca de dois mil manifestantes partiram da cidade de Valparaíso, em Goiás, a 40 quilômetros de Brasília, e estão caminhando em direção à capital federal, onde devem chegar amanhã, quando fazem uma manifestação em frente ao Congresso Nacional.
Os dirigentes sindicais esperam ser recebidos em seguida pelo presidente Lula, para definir a correção da tabela.
Eles também entregarão oficialmente ao presidente da República a proposta da CUT que eleva o mínimo para R$ 320,00 em 2005 e estabelece uma política para sua recomposição.
Condições
Ontem, Lula reuniu-se com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para definir a proposta do governo aos sindicalistas para as duas reivindicações. O presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, reafirmou que os trabalhadores só aceitarão a correção de 10% na tabela, como já foi proposto, se, ao mesmo tempo, for adotada uma política que zere na tabela a inflação nos quatro anos de governo Lula.
“Assim garantimos, pelo menos, que os salários dos trabalhadores não percam para a inflação nesse período”, afirmou Feijóo.
“Esta correção é um avanço se comparada ao que houve nos oito anos de FHC quando tivemos perdas de 40%”, concluiu o presidente do Sindicato.
Mínimo também em debate
Na reunião de ontem com Palocci, o presidente definiu também o índice de reajuste do salário mínimo. Uma das alternativas é elevar seu valor dos R$ 260,00 atuais para R$ 300,00 em abril.
O valor só será anunciado amanhã, quando Lula deve receber as lideranças da Marcha sobre Brasília no Palácio do Planalto.
O reajuste seria acompanhado de uma política gradual de recuperação do mínimo que leve em conta a inflação e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), além de antecipar o reajuste em um mês até chegar janeiro, em 2008.