Festa comemora 20 anos
Milhares de pessoas participaram da festa realizada domingo no pátio da Mercedes em comemoração aos 20 anos da conquista da Comissão de Fábrica.
Durante o ato político, o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, disse que a Comissão de Fábrica é o melhor instrumento que o Sindicato tem para representar e organizar os trabalhadores.
“E nosso Sindicato só tem essa dimensão porque tem uma categoria organizada em Comissões de Fábrica, Comitês Sindicais e CIPAs”, lembrou.
Já o presidente da CUT, Luiz Marinho, definiu a Comissão como a raiz do Sindicato na fábrica.
“Nosso compromisso é manter a tradição de uma representação de trabalhadores de luta e de enfrentamento dos desafios por uma sociedade mais justa”, disse o coordenador da Comissão de Fábrica, Moisés Selerges.
Democracia
Ele lembrou que a Comissão de Fábrica participou não só das demandas trabalhistas dentro da empresa, como também teve expressão política, ao lado de outras representações de trabalhadores, na luta pela democratização do País e por um governo popular.
A festa contou com um grande show com Zé Geraldo, Fundo de Quintal e Paralamas do Sucesso. Duas homenagens marcaram também a festa. Uma na quinta-feira passada para os membros da CF e outra pela Câmara de vereadores de São Bernardo, na sexta-feira.
Organização, lutas e conquistas
A trajetória da Comissão de Fábrica na Mercedes é voltada à organização dos trabalhadores e à defesa intransigente dos direitos, além de participar das principais lutas da categoria.
Em 1990 organizou a mobilização que conquistou a primeira redução da jornada semanal.
Dois anos depois, a Comissão começou a participar da discussão sobre reestruturação produtiva e, pouco depois, passou a manter intercâmbio com representações de trabalhadores de outras plantas da montadora.
Nos anos seguintes, negociou acordo inédito sobre implantação de novas tecnologias para preservar direitos e avançar nas questões econômicas e de saúde.
Em 1995, ela conseguiu o primeiro acordo de PLR da categoria e, logo depois, assinou acordo para acerto dos processos de insalubridade e periculosidade.
Em 2000 os trabalhadores iniciaram a luta por mais contratações. Também começaram os debates para a fundação do Comitê Mundial dos Trabalhadores, concretizado dois anos depois.
A Comissão também luta pela representação em tempo integral para os cipeiros, o que reverte em melhores níveis de segurança.
Nos dois últimos anos, organizou os trabalhadores e conquistou a contratação de 2.150 novos companheiros.