A proposta da CUT para ampliar o CMN

No seu trabalho, você já passou pela situação de um pequeno grupo de duas ou três pessoas que, sem dialogar com os demais, fixa as metas de desempenho e tenta passá-las goela abaixo para o restante da empresa?

É algo assim, pouco democrático, o que acontece em relação ao Conselho Monetário Nacional (CMN). Desde 1964 ele fixa as diretrizes da política monetária, de crédito e de câmbio. Cabe a ele definir a meta de inflação anual e os rumos da política de juros, de câmbio, do crédito. Portanto, trata-se de um órgão vital.

Tradicionalmente, o conselho sempre teve participação de representantes de diferentes setores, inclusive de trabalhadores. Já chegou a contar com 27 membros. Afinal, o que se discute ali não interessa apenas ao setor financeiro, mas também às empresas e aos trabalhadores. Portanto, o Conselho pode e deve ter a participação de diferentes agentes econômicos. São eles que, em última análise, terão de arcar com as consequências diretas das decisões tomadas.

É o caso, por exemplo, das metas de inflação muito apertadas ou taxas de juros que não possibilitam o efetivo acesso ao crédito, como acontece agora. O Conselho decidiu fixar uma meta apertada de 5,1% de inflação para 2005 que, embora possa parecer boa, na prática resulta em taxas de juros elevadíssimas, por causa do modelo seguido pelo Banco Central. Por este, toda a vez que houver qualquer ameaça de subida de preços, o remédio é aumentar os juros.

A CUT apresentará nos próximo dias uma proposta inovadora de ampliação no número de membros do CMN, de três para 22. Isto permitiria que o Governo tenha mais representantes e também a participação dos trabalhadores, do empresariado e do mundo acadêmico.

Esta medida poderia de fato representar um importante marco na mudança dos rumos da condução da economia brasileira.

Subseções Dieese CUT Nacional e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.