96% das categorias têm aumento real
As campanhas salariais das categorias de sindicatos filiados a CUT no segundo semestre do ano passado tiveram os melhores resultados desde o início do Plano Real.
A afirmação é de um estudo da CUT São Paulo, do Centro de Estudos Econômicos da Unicamp (Cesit) e da Escola Sindical São Paulo. Foram analisados 29 acordos coletivos do setor privado do Estado de São Paulo, que representam 748 mil trabalhadores.
O resultado, que teve como referência a inflação medida pelo INPC, mostra que 96% dos acordos coletivos assinados no segundo semestre conseguiram aumento real.
Índices
A inflação calculada pelo INPC variou entre 5,57% e 6,64% no segundo semestre. Os reajustes conquistados pelas categorias cutistas variaram de 6% a 12,1% para metalúrgicos, farmacêuticos, químicos, papeleiros, petroleiros, construção civil, hoteleiros e bancários.
Os principais destaques foram os petroleiros que conquistaram 12,1% de reajuste contra uma inflação de 6,64%. Depois vêm os metalúrgicos (entre 10% e 10,15% contra uma inflação de 6,64% e 5,72%).
Mobilização
Para José Dari Krein, pesquisador do Cesit, esse resultado positivo está relacionado ao contexto econômico, como crescimento do PIB e do nível de emprego. Outro aspecto, segundo ele, foi a retomada de mobilizações expressivas, que beneficiaram o conjunto das negociações ao colocarem na agenda nacional a necessidade de recompor o poder de compra dos trabalhadores.
Apenas os trabalhadores em hospitais filantrópicos é que obtiveram um resultado inferior. Tiveram 6% de reajuste contra uma inflação de 6,3%.