Pouco ou nenhum avanço nas metas

As metas do milênio estabelecem compromissos a serem cumpridos até 2015 e foram assumidas por 189 governos em 2000.

Para o encontro deste ano, o Fórum Econômico Mundial, em Davos, preparou relatório mostrando que a maioria dos países, com destaque para os ricos, não cumprem seus compromissos.

O Instituto Brookings, que monitora o desempenho dos governos nas áreas cobertas pelas metas do milênio, avaliou que os países ricos fazem menos da metade do que é necessário para um mundo mais estável e próspero.

Para Oded Grajew, um dos idealizadores do Fórum Social Mundial, de Porto Alegre, os líderes mundiais promovem um verdadeiro calote político, social e ético em relação às metas. “A fome mata 24 mil pessoas por dia”, resumiu ele.

Por ser uma luta da sociedade, o Sindicato realizou uma série de debates em agosto passado para se engajar nesse esforço.

Veja um resumo das metas e a avaliação preparada para o encontro em Davos.

Fome e pobreza

. Meta: Reduzir à metade o número de pessoas que passam fome e aquelas que recebem até um dólar por dia. Atualmente, cerca de 850 milhões de pessoas estão nessas condições.
. Avaliação: Não houve avanço. Existem iniciativas positivas em países emergentes, como o Fome Zero no Brasil, mas os governos ricos não implantaram as políticas adequadas como a redução dos subsídios agrícolas.

Educação

. Meta: Garantir o ensino fundamental a toda criança e adolescente. Atualmente, 114 milhões de crianças não têm acesso à educação primária.
. Avaliação: os países ricos destinaram menos de 10% dos 5 bilhões de dólares necessários para garantir o cumprimento da meta. 

Saúde

. Meta: Reduzir em dois terços a mortalidade de crianças até 5 anos, reduzir em três quartos a mortalidade materna e reverter as epidemias da aids e da malária.
. Avaliação: aumentou o número de pes-soas mortas de aids e faltou coordenação entre os Estados Unidos e entidades criadas para garantir a distribuição de remédios. 

Ambiente

. Metas: Reduzir à metade o número de pessoas sem acesso a água e esgoto, inverter a perda de recursos ambientais e incorporar políticas de desenvolvimento sustentável.
. Avaliação: As empresas pouco se engajaram para reduzir as emissões de gás para os níveis acordados e os investimentos em água canalizada e tratamento de esgotos foram insuficientes.

Direitos humanos

. Metas: Difundir o padrão internacional de direitos humanos, com o fim da tortura, proteção aos direitos dos migrantes e igualdade entre sexos e valorização das mulheres.
. Avaliação: Houve pouco avanço em todo o mundo. As precárias condições nas prisões brasileiras foram mencionadas no relatório.

Paz e segurança

. Metas: Livrar todos os povos do fantasma da guerra, eliminar os perigos das armas de destruição em massa e combater o terrorismo internacional.
. Avaliação: Nenhum avanço. Iraque, Palestina, Afeganistão e Sudão mostram que os mecanismos para a paz são ineficientes e inadequados.