Um outro Fórum é possível

Concebido para reunir os mais diversos segmentos sociais para debater seus problemas e pensar soluções, o Fórum Social Mundial de Porto Alegre não deu muita atenção à acessibilidade.

Contradições à parte, a 5º edição do evento, realizada no final de janeiro, foi a que mais realizou debate sobre pessoas com deficiência.

“O Fórum ainda não é possível para quem tem dificuldade de locomoção, mobilidade reduzida, deficiência física e/ou deficiência visual ou que, simplesmente, não consiga acompanhar o ritmo louco e estressante de nossa sociedade de consumo (aliás, tão combatida pelo próprio Fórum!). Vi-me em meio a um imenso shopping, superlotado e inacessível”, escreveu a jornalista Katia Fonseca no Correio Popular, jornal de Campinas. Usuária de cadeira de rodas, Katia é presidente do Centro de Vida Independente, de Campinas.

“O debate que mais interessava, sobre pesquisa em célula tronco, foi realizado no cais do Porto, que para chegar tínhamos de transpor uma escadaria com degraus imensos”, lembrou outra cadeirante, Marli dos Santos, que representou a Associação dos Funcionários do Banco do Estado de São Paulo no evento.

A utilização dos banheiros químicos distribuídos pelo Território do Fórum, também era proibitiva para usuários de cadeiras de rodas, segundo Marli.