Protocolo de Kyoto: Um plano contra o aquecimento global
Mesmo rejeitado pelos Estados Unidos, o maior poluídor do mundo, está vigorando desde ontem o Protocolo de Kyoto, o primeiro plano de combate ao aquecimento da Terra.
O acordo foi assinado por 141 países e pretende conter o aumento da temperatura média do planeta, atribuído aos gases do efeito estufa.
Ele é o primeiro tratado global sobre ambiente que tem o poder legal de estabelecer um limite diferenciado para a emissão de gases-estufa por países industrializados.
Na prática, o protocolo determina que os 35 países industrializados devem reduzir, no prazo de sete anos, a emissão em 5,2% dos gases que causam o efeito estufa, tendo como base o ano de 1990.
Geleiras derretem
O efeito estufa é natural e refere-se à retenção do calor do planeta, que aquece a atmosfera, a terra e o mar.
Acontece que a queima de carvão mineral, petróleo e outros combustíveis lança excesso de gases, principalmente dióxido de carbono, que aquece a Terra de maneira anormal.
A temperatura do planeta subiu 0,7 graus centígrados no século 20 e até 2100 poderá subir entre 1,4 graus e 5,8 graus centígrados, aumentando o derretimento de geleiras, com elevação do nível do mar e desaparecimento de ilhas. As tempestades, furacões e secas serão mais frequentes. O planeta está mais quente, e por culpa do homem.
Risco são os EUA
A ausência dos Estados Unidos coloca em risco o sucesso da redução de gases prevista no protocolo, já que a indústria norte-americana é responsável pela emissão de 25% dos gases estufa emitidos no mundo.
O protocolo deveria ser a primeira etapa de outras reduções de gases para além de 2012, mas não teria qualquer sentido sem os Estados Unidos.
O então presidente Bill Clinton chegou a assinar, mas George W. Bush retirou o aval, se curvando diante dos lobbies do carvão, do petróleo e da indústria automobilística.
No Brasil, queimadas e desmatamento
O Brasil é grande emissor de gases estufa, mas não tem compromissos no protocolo quanto à redução ou limitação de emissões.
Mas o País tem compromissos, como a elaboração de um inventário sobre as emissões de gases, proteção dos estoques de carbono e cooperação no desenvolvimento científico e tecnológico.
Pode também se beneficiar do Protocolo ao trocar crédito de carbono. Ou seja, países desenvolvidos podem investir aqui em projetos de saneamento e redução de emissão de gases.
Enquanto nos países mais industrializados as emissões são da indústria e da queima de combustíveis fósseis dos motores de carros, aqui os maiores problemas são o desmatamento e as queimadas.