Igualdade: Serviço de homem é coisa do passado
“Fico no plantão da submontagem de cabines de caminhão. Quando soa o alarme é porque houve algum problema na linha e devo entrar em ação. Meu trabalho é resolver o que está errado, não interessa o que for, o que executo sem qualquer dificuldade”.
Ou seja, o problema pode estar na solda, funilaria, usinagem que ele é enfrentado.
Um depoimento como esse seria impensável há apenas alguns anos por um motivo que hoje está cada vez mais superado na categoria. Isto porque ele foi feito por uma mulher, a eletricista de manutenção Sandra Souza de Carvalho, de 23 anos, há sete na Ford.
Ela encara com absoluta naturalidade pertencer ao sexo feminino e exercer funções que até há pouco eram consideradas exclusivamente masculinas.
Em toda fábrica
“Qualquer função na fábrica pode ser feita por uma mulher. Prova disso é que tem menina em praticamente todas as áreas, como a Jô, que é soldadora, a Nete, ponteadora, as companheiras na montagem e muitas outras”, afirma.
Tão importante quanto as mulheres ocuparem esses postos de trabalho é a não existência de preconceito por parte dos homens. Sandra afirma que é tratada pelos demais metalúrgicos como outra trabalhadora qualquer e não como uma mulher embora, destaque, sempre houve respeito.
As mesmas opiniões são compartilhadas por Priscila Torres de Araújo, de apenas 17 anos, que começou a trabalhar na Mercedes-Benz, de São Bernardo, em janeiro deste ano, onde é a única mulher em um grupo de trabalhadores homens. “O pessoal é muito legal, me recebeu muito bem e ninguém fez piadinhas de mau gosto”, conta.
Priscila também enfrentou os desafios que até recentemente eram exclusivos do sexo masculino na categoria. No momento trabalha na funilaria e no elevador que leva cabines até outro prédio. Já mexeu com portas, paralamas e solda. “Gosto muito do que faço”, garante. Tanto que pretende cursar algo relacionado a funilaria assim que for possível.
O problema é arranjar tempo, pois além do serviço na Mercedes acabou de entrar no curso de Mecânica da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), onde pretende se especializar em Mecânica ou Elétrica.