Planejamento familiar: Programa quer reduzir abortos inseguros

O Ministério da Saúde lançou ontem uma nova política de planejamento familiar para reduzir o número de abortos inseguros, que custam cerca de R$ 30 milhões anuais ao País.

Dados oficiais mostram que quase um terço das brasileiras grávidas não levam a gestação até o fim, proporcionando 1,4 milhão de abortos todo ano.

Entre as ações do planejamento familiar, o Ministério passará a comprar todos os métodos anticoncepcionais para a rede pública, em gasto previsto de R$ 40 milhões anuais.

O objetivo da nova política de planejamento familiar é dar condições para que as mulheres escolham o método que achar melhor, com base na sua necessidade e estado de saúde.

“Não queremos que a mulher use um ou outro método, mas queremos que ela saiba que existem essas possibilidades para serem usadas nas emergências”, disse Maria José Araújo, da área de saúde da mulher do Ministério.

Com a nova política, vai aumentar a oferta de pílulas, diafragmas e dispositivos intra-uterino (DIU), além de ampliar o acesso à esterilização cirúrgica como ligadura de trompas.

O Ministério também vai baixar norma para garantir o atendimento médico na rede pública para abortos em caso de violência sexual.

De acordo com a médica, nada vai ser dado sem uma orientação de um profissional, a não ser a camisinha, que não tem contra-indicação.

Sai caro

Relatório preparado por 200 organizações de mulheres mostra que anualmente são feitas cerca de 238 mil internações por aborto só na rede pública de saúde.

São de mulheres que praticaram aborto ou sofreram abortos espontâneos e que passaram por curetagens em hospitais públicos.