Sem-terra: Ocupação para produção sustentável
Cerca de 180 famílias sem-terra ocuparam no último sábado a Fazenda São Marcos, na região de Itapeva, no Sul do Estado, e já estão preparando a terra para cultivo.
A fazenda tem 3.500 hectares e, por estar penhorada, está parada há mais de três anos.
A ocupação foi comandada pela Federação da Agricultura Familiar (FAF). As famílias assentadas pela Federação foram expulsas de suas terras e viviam de subempregos.
“Nossa prioridade é organizar a produção de forma sustentada, com respeito ao meio-ambiente e à cultura”, disse Geraldo José da Silva, diretor da FAF.
Aqui no Estado, a entidade tem cerca de 12 mil famílias assentadas nas regiões de Sumaré, Porto Feliz, Sorocaba e Itapeva.
Geraldo explicou que, além da produção, os assentamentos também cuidam da industrialização e comercialização dos produtos.
Organização
Os assentamentos são administrados em forma de cooperativas, que vendem produtos como farinha, doces, mel e frutas.
A Federação conta com cerca de seis mil filiados e, em setembro, vai fundar uma confederação unindo movimentos de agricultura familiar de 10 Estados. “Até o final do ano estaremos em 15 Estados”, acredita Geraldo.
Ele defende a reforma agrária e quer o aumento da agricultura familiar no campo, modelo que permite emprego e renda num sistema solidário.