FHC e Alckmin, engavetadores de CPI

Enquanto o PSDB e o PFL fazem campanha para manchar o governo, mesmo tendo o presidente Lula mandado apurar todas as denúncias até o fim, o governo FHC engavetou escândalos de R$ 40 bilhões que envolviam o primeiro escalão da administração tucana.

Para impedir as investigações no Congresso, a base aliada formada principalmente pelo PSDB e PFL sempre usou de chantagem e ameaça de perda de cargos, esvaziando os pedidos de CPI.

Em São Paulo, Alckmin usa a maioria que tem na Assembléia Legislativa para engavetar os pedidos de CPI.

Desde que assumiu, o governador já engavetou 55 pedidos de CPI. Os destaques ficam para as denúncias de tortura na Febem, que até agora não foram apuradas, e também as denúncias de superfaturamento e compra de terrenos sem licitação para construção de apartamentos da CDHU.

A CPI do Rodoanel também não vingou e está sem investigação o aumento de 70% no valor inicial dos contratos de construção das asas norte e oeste. A obra do Tietê já custou 148% acima do contratado.

No plano federal, os escândalos do governo FHC também não foram apurados. Os mecanismos usados pela tropa de choque da bancada do PSDB e PFL impediram a criação das CPIs.

Alguns dos escândalos não investigados
 
Reeleição de FHC – Gravações revelaram que o voto de cada deputado a favor da reeleição custou R$ 200 mil, mas somente dois parlamentares do PFL do Acre foram expulsos. E só.  A CPI não foi criada.

Vale do Rio Doce – A empresa foi vendida em leilão por R$ 3,3 bilhões, quando seu preço de mercado era de R$ 30 bilhões, cerca de 10% de seu valor. Foi um dos negócios mais criminosos da era FHC. CPI barrada.

Telebrás – A privatização das telecomunicações foi uma sucessão de escândalos e denúncias. FHC foi citado em várias gravações divulgadas pela imprensa por ter pressionado fundos de pensão. Ninguém foi punido, embora as fitas mostrassem que o primeiro escalão tucano usava informações privilegiadas.
Exemplo: O sistema Telebrás foi vendido por R$ 22 bilhões depois do governo investir R$ 21 bilhões. O BNDES ainda emprestou R$ 4 bilhões para a compra. A CPI não saiu.

Setor elétrico – As distribuidoras de energia também foram vendidas a preço de banana para multinacionais, que não investiram no setor e deram origem ao famoso apagão e às dívidas bilionárias como a da AES.

Sivam – A concorrência para implantar o sistema de vigilância na Amazônia foi marcada por denúncias de tráfico de influência e corrupção. A empresa ESCA, que iria incorporar a tecnologia da empresa Raytheon, foi extinta por fraude. Ninguém foi punido. FHC bloqueou a CPI.

Pasta rosa – Todos os processos referentes à chamada pasta rosa foram arquivados. Eram denúncias de doações ilegais de dinheiro para campanhas de políticos da base de sustentação de FHC. Nessa época, em 1996, o Procurador Geral da República, Geraldo Brindeiro, ganhou o apelido de engavetador geral da República. Também foram engavetados investigações como a ajuda dada aos bancos, o Proer, e os escândalos da Sudam e da Sudene.