Reforma política ganha corpo
Os metalúrgicos do ABC querem a reforma política e vão aceitar o desafio colocado pelo presidente Lula. “É tradição da nossa categoria intervir nos grandes assuntos da vida nacional. Fizemos isso em vários momentos e vamos apresentar nossas propostas por mais democracia e transparência”, afirmou o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo.
Na última terça-feira, o presidente Lula havia determinado ao ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos um projeto sobre a reforma em 45 dias e ontem voltou a falar do assunto.
“No Brasil, o tema da reforma política há muito tempo está pronto na pauta do Congresso e dos partidos políticos. É hora de a sociedade dar a contribuição para esse processo. Conclamo a todos, universidades, sindicatos, movimentos sociais e entidades em geral a debater a reforma política” ressaltou Lula, ao lembrar da importância da sociedade civil em apresentar sugestões para enriquecer este debate.
O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, disse que é possível que o projeto vá a plenário o mais rápido possível para que seja aprovado até outubro, com as novas regras valendo já nas próximas eleições.
Crise evitada
Para o professor David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília (UnB), se a reforma política que está parada no Congresso há mais de 10 anos já estivesse em funcionamento hoje, a atual crise seria evitada.
Um ponto apontado por Fleischer, por exemplo, é a reforma acabar com as emendas parlamentares que provocam a disputa fisiológica.
Para Feijóo, além disso, a reforma política tem de avançar para garantir a fidelidade partidária, o financiamento público de campanhas e acabar com as legendas de aluguel.