Inflação afeta mais as famílias pobres

Os impactos dos aumentos de preços são diferenciados sobre a população de acordo com o nível de renda. Nos primeiros cinco meses deste ano, na cidade de São Paulo, as famílias mais prejudicadas pela inflação foram as de menor nível de rendimento. A precariedade econômica as leva a concentrar grande parte de seus gastos em bens e serviços de primeira necessidade.

Dos cerca de 24 subgrupos que compõem o ICV-Dieese, estas famílias concentram 73% de seus gastos em apenas quatro tipos de despesa: alimentação, transporte, assistência médica e manutenção da casa, restando para todas as demais despesas apenas 27%. A maioria desses grupos de despesa tem peso maior para as famílias mais pobres, em comparação com àquelas de maior renda.

Confrontando com o peso das despesas das famílias de maior poder aquisitivo, verifica-se que estas destinam apenas 54% para os mesmos gastos.

Pressão

Levando em conta as diferenças de pesos e constatando que aumentos acentuados de preços incidiram em algumas destas despesas neste ano, tais como transporte coletivo (13,7%), medicamentos e produtos farmacêuticos (5,9%) e alimentos de um modo geral (3,%), a conseqüência é uma maior pressão inflacionária para as famílias de menor poder aquisitivo.

Esses resultados sugerem que uma política de preços atenta ao tipo de gastos das famílias de baixo poder aquisitivo poderia minorar as dificuldades pelas quais passa esta população, quando os preços dos bens e serviços por elas adquiridos sobem de forma acentuada.

Subseções Dieese CUT Nacional e
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC