Carta do povo brasileiro: Ato nacional denuncia golpismo e exige mudanças

Goiânia é hoje palco de ato por mudanças na política econômica, contra a desestabilização do governo, pela apuração dos casos de corrupção e por uma reforma política.

A mobilização foi convocada pela Coordenação dos Movimentos Sociais, que reúne UNE, UBES, MST, CUT e dezenas de entidades que semana passada assinaram a Carta ao Povo Brasileiro.

Elas pretendem reunir cerca de 20 mil pessoas na primeira grande manifestação dos movimentos sociais depois das denúncias do suposto esquema de corrupção.

Alianças

A manifestação, segundo o presidente da UNE, Gustavo Petta, não significa apoio incondicional ao governo Lula.

“Será, na verdade, um sinal  para que o presidente sustente a governabilidade a partir dos movimentos populares e sociais”, afirma.

José Valdir Misnerozicz, da direção nacional do MST,  explica que a manifestação visa defender as bandeiras históricas do movimento social e lembrar ao governo que precisa oferecer a participação do povo em suas decisões. “Vamos cobrar mudanças e alertar o governo que, se ele quiser cumprir seu programa e atender as expectativas de quem o elegeu, só tem um caminho: o da aliança com o povo”, afirmou Misnerozicz.

Segundo ele, a crise é orquestrada a partir de interesses do grande capital. “São os tucanos que querem enfraquecer o governo para tentar derrotá-lo eleitoralmente no ano que vem”, finaliza.

Sede de golpe

O presidente nacional da CUT, Luiz Marinho, concorda com o líder do MST e afirma que a oposição mal consegue disfarçar a sede de golpe. Ele também defende que o presidente mantenha a governabilidade a partir dos movimentos sociais. “Para isso, o governo precisa ampliar em sua agenda o espaço dedicado às reivindicações pelas quais o presidente lutou e construiu sua figura pública “, disse Marinho.

Para Marcelo Gavião, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a manifestação deixará claro a opinião dos movimentos populares acerca da crise política.

“Vamos defender a apuração dos fatos e a punição dos culpados. Temos de aproveitar para denunciar a postura do PFL e do PSDB, que querem desestabilizar o governo para as eleições de 2006”, denuncia Gavião.

Joaquim Pereira, um dos coordenadores da Central de Movimentos Populares, vai na mesma linha e diz que é hora do governo se aproximar da sociedade.