Soberania: ALCA só sai depois de 2009

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que as negociações para a formação da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) não devem ser concluídas antes de 2009. “As negociações ainda devem continuar durante os próximos três ou quatro anos pelo menos”, disse.

O Brasil e os EUA são co-presidentes das negociações para formar a  ALCA e o novo prazo foi negociado.

Iniciadas em 1994, as discussões deviam ter sido concluídas em dezembro de 2004, mas um impasse paralisou as conversas.

Os  Estados Unidos querem uma maior abertura de mercado no Brasil que, por sua vez, exige dos EUA a redução dos subsídios agrícolas  pago aos plantadores. E nenhum lado abre mão de suas reivindicações.

Esta é a situação hoje, mas FHC esteve muito perto de dar aos Estados Unidos o que eles pediam. A decisão seria um desastre para os trabalhadores brasileiros, pois o País seria invadido por mercadorias americanas que provocariam fechamento de fábricas e desemprego em massa.

A eleição de Lula impediu o Brasil de cair neste buraco, pois a orientação do presidente foi negociar duro com os EUA e não aceitar imposições deles.

Essa posição é o contrário do que ocorria com FHC, sempre bastante obediente aos americanos, e agora levou ao impasse. Impasse, aliás, que interessa bastante aos brasileiros.

Mas o CAFTA pode ser aprovado

Os Estados Unidos  querem  um acordo de comércio com a América Central (o CAFTA). A matéria já foi aprovada pelo Senado e falta a Câmara dos Deputados.

Na verdade, o CAFTA só servirá aos interesses da indústria americana, arruinando as economias centro-americanas, particularmente no setor agrícola. Seu efeito imediato será o fluxo migratório de todos os cidadãos que perderem o emprego nos seus países para os Estados Unidos.

Por isto, apesar de aprovado no Senado, analistas acreditam que a verdadeira briga se dará na Câmara. Apesar de tudo, Honduras, Guatemala e El Salvador já ratificaram o tratado.