O que os trabalhadores dizem
“Tratamento humilhante”
“Era discriminado por não fazer hora-extra com frequência. Por causa disso nunca consegui férias numa época favorável a mim e a minha família. Com os demais colegas isso não ocorria.
Sofri várias humilhações por parte do supervisor. Quando pedia saída para ir ao médico ouvi com frequência a expressão: esta velharada está mal, falta muito tempo para se aposentar?
Outra humilhação foi a ameaça de ser demitido caso não trabalhasse durante uma coletiva de final de ano.”
“Somos discriminados”
“Muita gente daqui viaja para o exterior e as diárias eram muito baixas. Já os alemães que vem para o Brasil encontram um padrão de estadia muito superior, em hotéis de luxo.
Percebia também que os companheiros alemães são tratados com superioridade aqui no Brasil
Um problema grave é a distorção salarial e não existe critério de aumento. Recebe mais quem o chefe gosta. A gente vê muito companheiro com doença profissional. Alguns nem falam nada com medo de perder o emprego. Tem muita gente afastada do trabalho”.
“Supervisão é despreparada”
“Muitos chefes nos diziam para não procurar direitos porque o Sindicato era vendido. Diziam também que não adiantava abrir processo porque o trabalhador ganha a causa mas não leva.
Os chefes também estimulavam a caguetagem. Como a fábrica emprega muitos parentes de trabalhadores o pessoal se sujeita a qualquer situação. Os que não faziam hora extra eram considerados inimigos. A B.Grob tem o pior ambiente de trabalho. É como um uísque do Paraguai: bonito só por fora”.
“Encarregado persegue”
“O ambiente de trabalho é perigoso. Os companheiros tombam peças pesadas na mão porque não tem talha. São muitos acidentes e não tem ambulância e serviço médico à tarde. Muita gente sai de férias e é obrigado a continuar trabalhando.
Os companheiros saem meia-noite e meia na sexta-feira e são convocados para estar na fábrica no sábado às 6 horas da manhã para fazer extra e quem se recusa fica queimado. A gente não pode falar em sindicato porque a chefia queima. A ditadura é forte. Não temos direito de pensar ou expor opinião”.