A baixa escolaridade do trabalhador
Pesquisa recente realizada pelo Sesi (Serviço Social da Indústria) sobre o perfil dos empregados formais revela que o baixo nível de escolaridade dos trabalhadores poderá comprometer a competitividade do Brasil.
Na média, esses trabalhadores têm seis anos de escola, enquanto na Argentina a escolaridade média é de nove anos e no Chile de 12 anos. Cerca de 43% dos trabalhadores empregados na indústria brasileira não têm o ensino médio completo.
No Brasil, a baixa escolaridade poderá também impedir que trabalhadores menos qualificados continuem se beneficiando da tendência de aumento do emprego com carteira assinada que vem sendo registrada pelo Ministério do Trabalho.
Dados do estudo apontam queda de 30% no número de trabalhadores analfabetos nas indústrias entre 2001 e 2003.
Diferença regional
A pesquisa também comprova as disparidades regionais do país. As regiões mais pobres, como o Nordeste, concentram a maioria dos trabalhadores analfabetos (47%) e de menor renda, pois 42% dos trabalhadores nordestinos ganham até um salário mínimo por mês. No Sudeste, 41% dos trabalhadores com carteira assinada recebem mais de 3 salários mínimos.
Reverter esse quadro é um dos grandes desafios que enfrentamos atualmente no Brasil. Não se trata apenas de manter a competitividade da indústria brasileira diante dos parceiros do Mercosul. Trata-se de superar um processo secular de pobreza refletida nesses dados.
Em outras palavras, trata-se de um novo projeto de desenvolvimento no qual a educação se junta a um conjunto de outras iniciativas voltadas para o crescimento econômico e a inclusão social.
Departamento de Formação