Alckmin virá às costas para violência policial
Alckmin é acusado de conivência
Entidades nacionais divulgaram dossiê no início do mês acusando o governador Alckmin de omissão e conivência diante de uma política de extermínio sem precedentes que está sendo praticada por policiais militares e civis no Estado.
De acordo com as denúncias, as execuções sumárias que acontecem nas ruas da periferia da capital e nos presídios revelam a prática ilegal da pena de morte.
O dossiê mostra que nos últimos anos aumentou o número de pessoas executadas pela polícia na periferia, de detentos mortos por causa da tortura e maus tratos e também o número de adolescentes mortos em instituições como a Febem.
Nos últimos dez anos, foram registrados 3.203 casos de homicídios praticados por policiais militares e civis.
Pesquisa mostra que metade das vítimas são atingidas por tiros nas costas e em outras partes do corpo e 36% por tiros na cabeça. Essas duas situações indicam, no entanto, que a vítima estava fugindo e, portanto, não era ameaça para os policiais.
Apesar disso, na maior parte das vezes a polícia civil classifica o homicídio como resistência seguida de morte.
Isso significa a abertura de um inquérito que vai apurar a conduta das vítimas e não a ação dos policiais.
Para o promotor Sérgio Suiama, do Ministério Público Federal, existe uma omissão geral do Secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu.
“Ele representa a conivência do governador Alckmin com essa violência a que estamos assistindo”, disse o promotor.
O promotor lembrou que a Secretaria de Segurança Pública está sendo acusada de envolvimento em ações ilegais praticadas pelo Gradi, um grupo de policiais civis e militares que recrutava presos condenados para se infiltrarem no crime. Essa prática foi considerada ilegal pelo Ministério Público.
Ele disse ainda que a impunidade aumenta a violência policial. Com isso, as chacinas se acumulam, não são apuradas e, no máximo, alguns policiais são afastados.
“Essa é uma concepção ignorante e cretina de que a segurança da sociedade depende da violência praticada pela polícia”, concluiu.