Os males do barulho

Diferente daquilo que muitos acreditam, o barulho nas fábricas ainda é um grave problema que está longe de ser resolvido.

A surdez profissional talvez seja o efeito mais conhecido do barulho sobre nossa saúde.

Durante a década de 80, ela foi a principal moléstia entre os metalúrgicos e atingia mais de 60 % da categoria. Nessa época muitas lutas foram feitas para reduzir o barulho nas fábricas e esse esforço, somado às novas tecnologias e ao avanço dos conhecimentos sobre formas de reduzir níveis de exposição dos trabalhadores, permitiram uma sensível redução do número de casos da doença.

Em muitas empresas, mesmo sem grandes melhorias, o uso obrigatório de EPIs – protetores auditivos de inserção ou de concha – também contribuiu com essa redução.

Coração em perigo

Uma pesquisa realizada com 4 mil pacientes cardíacos na Alemanha, chegou a conclusão de que homens que vivem ou trabalham em ambientes muito barulhentos correm um risco 50% maior que os demais de sofrer ataques cardíacos, e para as mulheres o risco é triplicado.

Para os pesquisadores, os problemas cardíacos são causados pela maior liberação de hormônios ligados ao estresse provocado pelo barulho.

Normas não são seguras

O estudo cruzou as informações das entrevistas dos pacientes cardíacos com mapas de ruído de áreas industriais e empresas na cidade de Berlim.

Os resultados foram publicados no European Heart Journal e apontam que a maior parte das ocorrências de problemas cardíacos foi em trabalhadores em empresas com níveis de ruído próximos dos 85 decibéis.

Muito embora esses níveis sejam considerados saudáveis pelas normas internacionais de segurança e saúde no trabalho, eles estão colaborando para o aumento dos riscos cardíacos.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente