Reforma sindical em risco
Não bastassem todas as dificuldades de negociação de um texto consensual para reforma sindical, a Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados pode aprovar hoje anteprojeto do deputado Marcelo Barbieri (PMDB/SP) que não muda nada na organização sindical brasileira.
Segundo presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo (foto), que vai a Brasília acompanhar a sessão da Comissão, o anteprojeto é um retrocesso na estrutura sindical. “Ele restringe a organização no local de trabalho e omite a negociação coletiva no setor público; mantém o imposto sindical no setor privado, o cria para o setor público e não reconhece as centrais sindicais”, lista o presidente do Sindicato.
Ataque
O texto original da reforma, aquele discutido no Fórum Nacional do Trabalho durante quase dois anos, teve forte resistência de tramitação.
Com isso, as centrais passaram a apoiar substitutivo do deputado Tarcísio Zimmermann (PT/RS).
O secretário-geral da CUT, Artur Henrique da Silva, diz que esse substitutivo tem restrições, mas afirma que sua tramitação deve continuar. “Ele torna possíveis as alterações que contemplam os pontos da nossa plataforma democrática básica de reforma sindical”, diz ele.
Para Feijóo, o anteprojeto segue a lógica de ataques ao movimento sindical e aos trabalhadores. “Semana passada, o relatório da CPI da Terra criminalizou os trabalhadores rurais e livrou a cara do latifúndio. Agora, o anteprojeto coloca por terra a democratização do movimento sindical”, criticou.