Conquista: Maioria dos acordos de 2005 têm aumento real
O ano passado foi o melhor ano do ponto de vista salarial para os trabalhadores. Estudo encomendado pela CUT mostra que 87,5% das negociações foram concluídas com aumento real. Além dessa, outra conquista importante foi a elevação dos pisos salariais devido a elevação do salário mínimo.
87,5% dos cutistas têm aumento real
Estudo da Universidade de Campinas a pedido da CUT-SP revela que 2005 foi o melhor ano do ponto de vista salarial para os trabalhadores desde que a pesquisa começou a ser feita, há cinco anos.
O estudo acompanhou 78 negociações de 40 categorias representadas por 91 sindicatos, que somaram 1.570.000 de trabalhadores no Estado de São Paulo.
Maioria
O resultado mostra que 87,5% das negociações (69 delas) foram concluídas com aumento real, sete categorias zeraram as perdas inflacionárias no período e somente duas ficaram com reajuste inferior ao da inflação passada. Comparados com 2004, 64% dos trabalhadores fecharam o ano com aumento real entre 1% e 2%.
É o segundo ano consecutivo que esses companheiros conseguem aumento real, o que mostra um movimento de recuperação do poder de compra dos salários por meio da negociação coletiva.
Categorias
Foram beneficiados os ramos de vestuário, couro (calçados e artefatos), rurais, saúde (farmacêuticos), metalúrgico, químico, bancário, construção civil, comércio, alimentação, gráfico, transporte (correio) e hotelaria. Zeraram as perdas médicos, enfermeiros e alimentação.
José Dari Krein, pesquisador da Unicamp, explica que o desempenho favorável das negociações cutistas está relacionado ao bom andamento da economia e do mercado de trabalho. “A baixa inflação, o crescimento econômico e a ligeira queda do nível de desemprego foram os principais fatores que influenciaram positivamente as campanhas cutistas em 2005”, afirma.
Pisos também melhoram
Além do aumento real, outra conquista importante foi a elevação dos pisos salariais. Isto aconteceu em 58,9% das negociações pesquisadas e ocorreu, em boa parte, devido a elevação do salário mínimo, pois este vencimento serve de parâmetro para parte significativa dos sindicatos. Daí a importância da política de valorização do mínimo como forma de diminuir diferenças salariais.
Com relação aos direitos sociais e trabalhistas, todas as categorias mantiveram as conquistas e algumas ampliaram, conquistando licença de cinco dias para acompanhamento médico; auxílio creche para pais solteiros; auxílio previdenciário para afastamento acima de 50 dias ou abono aposentadoria entre 1,5 a 3 salários.