As elites têm medo de comparar governos Lula e FHC
As elites brasileiras querem evitar a comparação entre os três anos do governo Lula e os oito de FHC nas eleições deste ano porque sabem que perdem. Por isso, para o líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante, uma das tarefas dos trabalhadores neste ano é fazer a defesa do governo Lula, senão, ao invés de discutir PLR e aumento real, os trabalhadores terão de discutir recessão e saídas para o desemprego.
O senador Aloízio Mercadante disse ontem que a principal tarefa dos trabalhadores neste ano será a defesa do governo e assegurar a reeleição de Lula. “Caso contrário, ao invés da gente discutir PLR e aumento real em porta de fábrica, como foi nos últimos três anos, vamos discutir saídas para o desemprego como nos tempos de FHC”, comparou.isto querem evitar esse debate nas eleições.
Por que você relaciona a crise com outros momentos da história?
A discussão é para onde vai o Brasil, se continua o projeto dos trabalhadores ou se volta ao neoliberalismo. A situação é semelhante ao que ocorreu no segundo governo de Getúlio, com o governo Juscelino Kubitschek e com o de João Goulart, que sofreram com a conspiração da elite que só deixou de mandar agora, no governo Lula, coisa que muita gente não se conforma.
Criar uma crise foi a saída da elite para tentar desestabilizar o governo?
Foi e por isso é que o debate tem de ser o de defesa do governo. Mesmo com todo o ataque irresponsável que procura criar uma crise de confiança, Lula tem três vezes mais votos que FHC. As pesquisas mostram que ele ganha em todos os cenários, quando a direita achava que a fatura estava liquidada.
A que você atribui a subida de Lula?
Acredito que opinião pública se cansou das CPIs, percebeu a jogada eleitoreira.
Mas elas prosseguem.
Acho que a oposição não tem mais nada de novo e a correlação de forças hoje é mais igual. O que a direita não quer é que façamos a comparação entre os três primeiros anos do governo Lula com os oitos anos de FHC. Eles perdem em tudo e por isto querem evitar esse debate nas eleições.
E quais são os diferenciais do governo Lula?
São todos. Em três anos o poder de compra do salário mínimo dobrou, a tabela do IR foi corrigida duas vezes contra uma vez em oito anos de FHC, são 9 milhões de famílias beneficiadas pelos programas sociais, são as quatro universidade públicas e 34 extensões universitárias que Lula criou contra nenhuma de FHC, o pró-Uni que garante mais de 250 mil vagas a jovens carentes no ensino superior. Temos hoje a terceira menor inflação dos últimos 60 anos, os mais de 3,5 milhões de empregos criados contra apenas 800 mil de FHC. Lula também imprimiu uma nova política externa ao não aceitar a política dos países ricos, ao dizer não à ALCA e fortalecer o Mercosul e dobrar as nossas exportações. Isso criou uma onda que mudou a América Latina. A única política externa de FHC foi vender nossas estatais.
E o que se espera da economia para este ano?
O cenário é de crescimento da economia mundial. Se o Brasil mudar a taxa de câmbio e baixar os juros, acredito que o País poderá crescer 5% este ano.
Você já percorre o Estado em pré campanha…
São Paulo é decisivo em nosso projeto. Ou mudamos, ou teremos dificuldade em sustentar nosso projeto nacional. Pretendo fazer a defesa do governo Lula na campanha do Estado. Estou armado até os dentes para esse debate e confio nos 10,5 milhões de votos que recebi. Se Marta for a candidata tem o meu compromisso de fazer sua campanha. Devemos apresentar que em 13 anos de PSBD no governo, a economia paulista encolheu em 11 anos.
Onde entram os trabalhadores nesse processo?
Temos de combinar a luta sindical com a defesa do governo. Caso contrário, ao invés da gente discutir PLR e aumento real em porta de fábrica, como foi nos últimos três anos, v