São Bernardo não suporta falta d’água e contas abusivas
Situação é crítica em 20 bairros e prefeito Dib não se mexe apesar da cobrança do povo.
Um grupo de 200 moradores da periferia de São Bernardo realizaram ontem ato de protesto na Câmara Municipal exigindo providências das autoridades para acabar com a falta d’água na cidade.
O abastecimento de água está irregular desde o ano passado e agora as torneiras ficam secas durante dias pelo menos em 20 bairros da cidade.
O protesto de ontem contou com a participação de moradores de diversos bairros, entre eles Jardim Represa, Vila São Pedro, Bairro dos Químicos e Jardim Uiriçaba.
Os vereadores da bancada de situação tentaram livrar a cara do prefeito Willian Dib, que vendeu o Departamento de Água e Esgoto por R$ 700 milhões para a Sabesp em novembro de 2003.
Ao falar no ato, o diretor do Sindicato Paulo Dias disse que a Prefeitura, mesmo depois da venda do DAE, continua sendo a responsável pelo serviço.
Ele lembrou que tanto o DAE como a Sabesp não investiram em redes de abastecimento há anos, num claro desrespeito à população da periferia.
Diante da postura dos vereadores governistas, Paulo Dias cobrou mais independência.
“Vocês precisam deixar de ser correia de transmissão do prefeito, vocês têm de fazer valer o voto e encaminhar as reivindicações dos moradores”.
Apesar do puxão de orelhas do sindicalista, o presidente da Câmara, Laurentino Hilário (PSDB) queria mesmo era expulsar os moradores do plenário.
“A água chega tão fraquinha que não sobe para a caixa”
A falta d’água aumentou neste verão, mas nunca a Prefeitura de São Bernardo – e agora a Sabesp – conseguiram regularidade no fornecimento de água para a população.
“Sempre tivemos problema com o abastecimento de água”, confirma o aposentado José Mendes Neto, morador na Vila São José há 27 anos.
Já Antonio Martins de Souza, que mora na Rua Jorge Miguel, também na Vila São José, explica que o fornecimento piorou depois que a Sabesp assumiu, pois agora a pressão é bem menor e a água chega até o registro mas não sobe para a caixa.
“Só chega um pouco de água durante a madrugada, mas a partir das 5h ela some de vez”, explica. Mesmo com tanta falta d’água, a conta mensal é muito alta: “Tem conta que chega a mais de R$ 400,00, a gente reclama, mas ninguém aparece aqui para resolver o problema.
Outra reclamação é a falta de esgoto em muitas ruas do bairro.
“Na Rua Jesus de Nazaré a rede de esgoto só atende a sete casas, mas todos pagam a taxa no final do mês”, protestou José Mendes.