Novo absurdo: Fiscais do trabalho são recebidos a tiros em fazenda
Um ano após o massacre de Unaí, um novo grupo de fiscais envolvidos no combate de irregularidades trabalhistas foi atacado a tiros. Desta vez o crime ocorreu em uma fazenda de Nova Lacerda, no Mato Grosso.
Os policiais federais que faziam a segurança do grupo de fiscais responderam ao ataque e a troca de tiros foi intensa, durando cerca de três minutos, mas ninguém se feriu. Só que, diferente do que ocorreu em Unaí, do outro lado não estavam capangas da fazenda, mas policiais militares da região.
Os PMs chegaram com os fazendeiros e, mesmo depois dos agentes da Polícia Federal se identificarem, começaram a atirar. “Atiraram para matar”, afirmou Wallace Faria Pacheco, coordenador do grupo de 13 pessoas.
A troca de tiros só foi suspensa depois que um dos policiais federais, desarmado, foi conversar com os policiais militares. Os donos da terra foram presos e devem responder por tentativa de homicídio.
O crime dos fazendeiros se somou aos atos de agressão, repressão, perseguição e violência que os movimentos sindical e popular estão sendo alvos por parte de uma iniciativa promovida pelas elites, como tem denunciado o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo.
Mandantes sem julgamento
A história preocupa porque acontece um ano depois que três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho foram assassinados na região de Unaí, em Minas Gerais, por pistoleiros a mando de fazendeiros.
O crime que chocou o País ainda aguarda solução, pois nenhum dos acusados como mandante foi julgado. Os principais suspeitos são Antério e Norberto Mânica, chefes políticos de Unaí que estão entre os maiores produtores de feijão do País.
Enquanto a Justiça fica parada, o governo federal já determinou o pagamento de indenizações às famílias dos fiscais assassinados.