Autopeça chinesa ameaça emprego brasileiro
As fábricas de autopeças para reposição começam a demitir ou importam parte da produção da própria China, diminuindo a produção no Brasil.
As fábricas de autopeças para reposição denunciam que o aumento das importações de produtos chineses está inviabilizando o setor. E como sempre o trabalhador paga a conta, para manter seus lucros as empresas nacionais começam a demitir ou, de forma irregular, importam parte da produção da própria China diminuindo a produção no Brasil.
Salários – Os empresários afirmam que as importações crescem porque o material chinês chega ao Brasil com preços 40% menores devido aos baixos salários pagos no país e porque o dólar está barato por aqui.
O resultado desta política é que as compras subiram de 24 mil toneladas em 2004 para 41 mil toneladas no ano passado.
Complicar – Segundo os patrões, os salários do setor na China variam de R$ 100,00 a R$ 160,00 por mês e não existe adicional de hora extra. Lá, quem trabalhou bem durante a semana ganha trabalho nos finais de semana.
Para mudar o quadro, algumas empresas tentam convencer o governo a criar mecanismos que dificultem as importações. Foi, por exemplo, o que aconteceu segunda-feira em Diadema.
Só que, para complicar ainda mais a situação, muitas peças chegam através de contrabando e o dólar baixo impede exportações.
Empresários – Para Richard Dubois, sócio da Trevisan Consultores, a indústria nacional também é culpada. “Se temos mais de 50 fábricas de parafusos para veículos e passamos a importar parafusos, é porque tem algo errado”, avalia.
“A indústria é capaz de produzir mais barato, os empresários precisam se mexer”, afirma Dubois.