Sem reforma agrária não há desenvolvimento
A reforma agrária é essencial na promoção do desenvolvimento sustentável e na erradicação da pobreza, conclui conferência de Porto Alegre.
Termina conferência em P. Alegre
A 2ª Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, encerrada na última sexta-feira em Porto Alegre, aprovou documento que defende como essencial o papel da reforma agrária na promoção do desenvolvimento sustentável, na realização dos direitos humanos e na erradicação da pobreza.
“A base desse processo deve estar no Estado democrático de direito”, diz a declaração final do encontro, realizado com a presença de 96 delegações internacionais que representaram 90% da população rural do mundo. “Propomos que as políticas de desenvolvimento rural, inclusive as relativas à reforma agrária, sejam mais focadas em populações pobres e suas organizações”, diz o texto.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, lembrou que durante a conferência foram celebrados mais de 15 acordos de cooperação internacional envolvendo a FAO, órgão das Nações Unidas que trata do combate à fome.
Ainda segundo o ministro, a conferência abre a possibilidade de estender os debates relativos aos temas do desenvolvimento rural a outras organizações multilaterais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) – para questões relativas ao trabalho no campo – e a Organização Mundial da Saúde (OMS) – para analisar, por exemplo, problemas ligados à saúde do trabalhador rural.
Morte de sindicalista rural tem suspeito
Três suspeitos de terem planejado o assassinato do agricultor Gedeão da Silva apontaram José Francisco de Almeida, o Zé do Boné, como executor do crime.
Gedeão Silva era diretor do Sindicato de Trabalhadores Rurais do Sul de Lábrea, Amazonas, e foi assassinado dia 27 de fevereiro, próximo a um acampamento onde desde abril vivem 60 famílias de sem-terra.
Zé do Boné, que permanece foragido, trabalhava na fazenda de José Fernandes Ortiz, dono da Ortiz Táxi Aéreo, com sede em Rio Branco (Acre). Tudo leva a crer que o assassinato tem relação com conflitos de terras.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Sul de Lábrea, Valdivino Pereira da Cruz, disse que teme novos assassinatos na região. “Todo mundo está com medo.Eram sete que havia na lista. E até agora só tiraram a vida de um”, concluiu.