Trabalhadores entram para a gestão do SESI e do SESC
Medida foi autorizada pelo governo federal e atende a reivindicação antiga do movimento sindical.
A abertura da gestão do Sistema S para os trabalhadores, decretada ontem pelo presidente Lula, é considerada uma conquista histórica pela CUT. A medida criará mais de 300 vagas para sindicalistas nos conselhos nacional, fiscal e regional do Sesi, Senai, Sesc e Senac (algumas entidades do sistema S), que neste ano movimentarão perto de R$ 9 bilhões. Esse dinheiro vem da folha de pagamento. Nas demais entidades ainda não houve acordo.
Os sindicalistas serão indicados pelas centrais sindicais ou confederações de trabalhadores.
Atualmente, o governo já integra a estrutura de alguns conselhos do sistema, mas o poder de decisão está nas mãos do empresariado, que detém a maioria das cadeiras.
Por isso, a gestão compartilhada do Sistema S é uma reivindicação antiga do movimento sindical, negociada há cerca de dois anos entre as instituições, governo e sindicalistas.
“A entrada dos sindicalistas vai democratizar, agilizar e deixar mais transparentes as decisões no Sistema S”, afirmou Tarcísio Secoli, tesoureiro do Sindicato, que foi um dos negociadores pela CUT.
O chefe-de-gabinete do Ministério do Trabalho e coordenador do FNT (Fórum Nacional do Trabalho), Osvaldo Bargas, também considera a abertura para os trabalhadores uma conquista, mas entende que ela ainda não atende a todas as reivindicações dos sindicalistas.
“Isto não acontece porque queremos gestão paritária, com representantes iguais para cada setor”, afirma Bargas. “A maioria dos assentos é dos patrões e continuará sendo, mas os trabalhadores passarão a influir nas decisões e poderá haver muito barulho”, adianta.