Collor e FHC criminalizam movimentos sociais e sindical

Se os anos 80 passaram a ser conhecidos como a década perdida por causa da
recessão econômica, os anos 90 serão a década destrutiva, com o Estado
incapacitado de conduzir um novo ciclo de desenvolvimento. Os sindicatos adotam
um movimento de resistência e buscam maior participação social com intervenções
nos espaços institucionais.

A abertura econômica promovida por Collor desnacionaliza a economia,
desestrutura diversos setores industriais e o desemprego vai bater recordes
históricos, chegando a 20% nas regiões metropolitanas.

Alternativa – No 1º de Maio de 1992 a principal bandeira do
movimento sindical é Fora Collor. Além das denúncias de corrupção no governo,
seu plano de estabilização fracassa e o ano termina com inflação de 1.100%.

O movimento sindical tenta articular uma política alternativa de
desenvolvimento através das câmaras setoriais.

Em 1994, já com Itamar Franco na Presidência, os atos do 1º de Maio pedem uma
política econômica sem recessão e sem as altas taxas inflacionárias.

No ano seguinte, com a estabilização econômica obtida pelo Plano Real, o
governo FHC desmonta a política salarial e joga a polícia em cima dos
trabalhadores.

Resistência – Em maio de 1995, o Exército reprime duramente
a greve nacional de 32 dias realizada pelos petroleiros. Dois meses depois, o
governo extingue a política salarial que garantia a reposição da inflação e
implanta a livre negociação.  No campo, a repressão mata e fere
trabalhadores sem-terra.

Os anos 90 foram marcados pelo pensamento neoliberal, com baixo crescimento,
recordes históricos de desemprego, desestruturação do mercado de trabalho e um
processo de desregulação de direitos sociais. Foi uma década de resistência dos
movimentos sindical e social e de sua busca na ampliação da democracia e
cidadania.

Agenda neoliberal Agenda dos trabalhadores
Flexibilização e precarização dos direitos dos trabalhadores

Favorecimento da Alca e alinhamento com os Estados Unidos

Mercado domina economia. Privatizações e fim da intervenção do Estado

Guerra fiscal e ausência de leis reguladoras

Criminalização dos movimentos sociais, com perseguição a líderes de movimentos populares

Manutenção de direitos e instalação do Fórum

Nacional do Trabalho para debater reformas

Política externa independente, favorecimento do Mercosul e parceria com países em desenvolvimento

Participação do Estado na economia para garantir desenvolvimento sustentado e distribuição de renda

Políticas regionais de desenvolvimento

Reconhecimento dos movimentos sociais como representantes da sociedade e interlocutores do governo, em várias negociações co-mo o salário mínimo