1º DE MAIO É DIA DE LUTA

Das festas na antiguidade para comemorar a  fartura das lavouras e a renovação da natureza, à luta contra a escravidão e por melhores condições de vida. A história mostra que o dia 1º de Maio carrega os sentidos da transformação social, da revolução e da luta dos trabalhadores por liberdade. Saiba como a data foi se firmando como um dia de luta no decorrer do tempo.

Maio, o mês da paixão revolucionária

O 1º de Maio nasceu de uma decisão política, com a intenção de dar unidade política e cultural à classe trabalhadora através de manifestações públicas.

O mês de maio foi escolhido por já estar presente na memória das pessoas. Nos Estados Unidos, em Nova Iorque, maio era o mês tradicional de mobilização dos trabalhadores. Os camponeses europeus comemoravam em maio o mês da renovação da natureza. Eram festas tradicionais tendo como símbolo a primavera, que é a renovação e florescimento da  natureza depois do inverno. A partir da Revolução Francesa, maio passou a ser o mês de serem plantadas as árvores da liberdade.

Desde o início o 1º de Maio absorveu símbolos e rituais da cultura popular tradicional. Foi associado a um tempo de crescimento, florescimento e renovação, bastante adequado ao movimento operário e socialista da época, que indicava esperança e renovação.

Memória e manifestação – O sentido que os trabalhadores deram ao 1º de Maio foi o de uma comemoração e manifestação de lutas. Uma comemoração para o resgate da sua memória e manifestação como forma de manter viva a unidade política e social dos trabalhadores.

A data nasceu sob o signo da paixão revolucionária. Se ele representava o símbolo da paz e da  fraternidade internacionais, também significava uma futura revolução social.

As datas como Independência e Proclamação da República são criadas pelos governos para autocelebrar o Estado e servem como instrumento de poder.

Já o 1º de Maio nasce a partir de uma tradição criada pelos trabalhadores e que nem sempre esteve nos calendários oficiais.

Os trabalhadores vêem o 1º de Maio como um dia especial, um dia de falta coletiva ao trabalho, um dia fora da rotina.

Afirmação – Homens e mulheres colocavam a melhor roupa, eles de terno, elas de bonitos vestidos. Assim, participavam das manifestações, dos bailes públicos e dos discursos. Cantavam canções e hinos.

Os hinos da Internacional e da Marselhesa nunca faltavam. A partir da França, incorporou a tradição do teatro público das festas populares.

A data assinala um dia mundial de afirmação dos trabalhadores e suas lutas contra o capital.

De festa operária a dia de luta

No Brasil, o 1º de Maio se manteve como um dia de afirmação da classe trabalhadora em desfiles e manifestações públicas. Um dia de festa operária.

Em 1924 o presidente Arthur Bernardes decreta feriado, na tentativa de agradar os trabalhadores e transformar a data num simples e inocente dia. Até hoje, tem gente que acredita que é o dia do trabalho e não o Dia dos Trabalhadores.

Na década de 30, Getúlio Vargas transformou o feriado numa celebração do poder do Estado.

O 1º de Maio, que era o dia do trabalhador, se transformou numa festa para o presidente. Todos marchando disciplinadamente para agradecer os direitos recebidos.

Nos anos 50 e 60 as festas continuaram seguindo o mesmo estilo de grandes comemorações promovidas pelo governo e empresários, com vários sindicatos organizando atos paralelos. A partir dos anos 80, depois da ditadura, os trabalhadores brasileiros retomaram a tradição de incorporar elementos da festa e do espetáculo popular no campo da política.

O 1º de Maio é uma tradição que pertence aos trabalhadores de todo o mundo. Ele reafirma a democracia e a liberdade como valores fundamentais num ritual de afirmação do sonho, da esperança e da utopia.