Moradores de Favelas: Entidade completa 33 anos de luta

Toma posse amanhã a nova diretoria do Movimento de Defesa dos Direitos dos Moradores em Favelas e Núcleos Habitacionais de Santo André, que neste ano completa 33 anos de vida. O movimento nasceu no início da década de 70, a partir das ameaças de despejo.

“O movimento nasceu na favela Quilombo dos Palmares, na época a maior de Santo André, e contou com forte apoio da igreja católica”, lembra José Valadares, presidente da entidade.

Com passeatas, resistência aos despejos e denúncias na Câmara Municipal, o movimento ganhou visibilidade e conseguiu impedir vários despejos como em Palmares e depois na Gambôa e no Jardim Cristiane.

Só a partir de 1989, com a eleição do prefeito Celso Daniel, é que a Prefeitura iniciou um processo de urbanização das favelas. Até essa data a Prefeitura nem tinha secretaria da Habitação e os moradores de favelas eram tratados como caso de polícia. Hoje existem cerca de 110 mil pessoas morando em 150 favelas ou núcleos habitacionais.

O Movimento atua em mais de 40 favelas e núcleos, onde conta com representantes eleitos pela comunidade. “Nas favelas maiores o pessoal é mais organizado”, explicou Valadars. Atualmente, a luta do movimento é conseguir infra-estrutura para todas as casas, pois ainda existem ruas com esgoto a céu aberto, e outra é conseguir a regularização dos terrenos.

Desde 1997, o Movimento implantou em parceria com a Prefeitura o projeto Criança Cidadã, que desenvolve atividades esportivas e culturais com 840 crianças.