Grilagem de terras em São Bernardo pode virar CPI
Na sessão da manhã de hoje na Câmara Municipal de São Bernardo, os vereadores podem aprovar a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os esquemas de grilagem na venda de terrenos em áreas de risco na cidade.
O pedido de CPI foi apresentado pela bancada do PT a partir de denúncia feita pelo jornal Diário do Grande ABC envolvendo Geraldo Gomes da Silva, assessor do vereador Laurentino Hilário (PSDB), presidente da Câmara.
De acordo com a denúncia, grileiros ligados a Geraldo vendem lotes no alto da Vila São Pedro por até R$ 3 mil, num esquema que existe há anos.
Os compradores não recebem qualquer comprovante e são induzidos a acreditar que terão a posse da área uma vez cadastrados na Sociedade Amigos do Bairro (SAB), presidida por Geraldo Gomes da Silva.
O pedido de CPI, por enquanto, tem o apoio dos quatro vereadores petistas. São necessárias sete assinaturas para o pedido ser protocolado e 11 assinaturas para que ele seja incluído já na sessão de hoje.
O líder da bancada do PT, vereador José Ferreira, está otimista quanto à instalação da CPI da Grilagem. “Estamos esperançosos, pois houve uma repercussão muito negativa envolvendo o assessor do presidente da Câmara”, disse.
Ele acredita que Laurentino Hilário é o maior interessado em esclarecer todas as denúncias. “Tanto Laurentino como o PSDB deverão apoiar a CPI, para que tudo fique esclarecido de forma transparente”, comentou.
Zé Ferreira disse que a CPI também será um instrumento eficiente para investigar outras denúncias de grilagem de terra.
Para o líder da bancada petista, existe uma omissão das autoridades em relação à questão habitacional.
“A Prefeitura não tem uma política habitacional para a cidade e nem faz a fiscalização que deveria fazer. A única ação do prefeito é derrubar casas e deixar as famílias ao Deus dará”, criticou ele.