Sindicato vai processar Usimatic

O Sindicato pedirá a abertura de inquérito policial na Usimatic, em São Bernardo, para garantir os direitos do operador João Roque Correia Neto, que teve quatro dedos da mão esquerda esmagados quando operava uma calandra sem proteção (sensor) na empresa.

O trabalhador, de apenas 20 anos, terá amputados os dedos anular e médio nesta sexta-feira por causa dos ferimentos sofridos.

“Vamos entrar com a ação para garantir que este companheiro não seja mais um prejudicado pela Usimatic”, afirma o diretor do Sindicato, Carlos Alberto Gonçalves, o Krica. João era contratado pela Premium Serviços Temporários Terceirizados e estava apenas há dois meses na Usimatic, mas nenhuma das duas quer assumir a responsabilidade pelo que aconteceu ao trabalhador.

“Esta prática é comum nestes casos. Empresa e agência ficam jogando a culpa uma para a outra, enquanto João sofre as consequências desse comportamento desumano”, protesta Krica. “A Usimatic precisa assumir que é coresponsável e, por isso, vamos buscar os direitos do companheiro na Justiça”, enfatiza ele.

Empresa tem vários problemas

O dirigente denuncia que a falta de segurança no trabalho não é o único problema na Usimatic. “Eles não ouvem cipeiros, obrigam o pessoal a longas jornadas, existem reclamações sobre o refeitório e principalmente sobre a PLR, entre outras”, diz Krica.

A empresa não aceita propostas, nem opiniões sobre PLR feitas pela comissão de negociação e quer impor sua proposta, pressionando os trabalhadores a assinarem uma lista concordando com o valor. Quem não assina, a chefia usa truculência e chega a expulsar companheiros da sala.

“Se a Usimatic fosse aberta ao diálogo e respeitasse a representação no local de trabalho ouvindo seus alertas, uma situação como esta não aconteceria”, destaca Krica. “Esperamos que esta ação do Sindicato sirva para que a empresa passe a respeitar mais o trabalhador e sua representação”, conclui o diretor.