Polícia Federal confirma a lista de Furnas
A Polícia Federal confirmou a autenticidade da lista de Furnas, um documento que registra um esquema de caixa dois a 156 políticos, principalmente do PSDB e do PFL. Com a confirmação, a Polícia desmente relatório da CPMI dos Correios.
A Polícia Federal (PF) confirmou a autenticidade da lista de Furnas. Trata-se de um documento de cinco páginas que registra supostas contribuições de campanha, num esquema de caixa 2, a 156 políticos, principalmente do PSDB e do PFL, nas eleições de 2002. No total, eles teriam recebido R$ 40 milhões da estatal.
De acordo com a assessoria da direção geral da PF, em Brasília, a perícia do Instituto Nacional de Criminalística (INC) concluiu que a lista não foi montada e que é autêntica a assinatura de Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, que aparece no documento. Apesar da importância, essa notícia não ganhou destaque na grande mídia, exceto na revista Carta Capital.
Indícios – Os papéis citam empresas que teriam colaborado para um caixa 2 administrado por Dimas Toledo. Com a comprovação da PF, fica claro que Dimas mentiu na CPMI dos Correios quando negou a existência da lista. Segundo apurou Carta Capital, existem vários indícios que comprovam o uso de caixa 2 na estatal para campanhas eleitorais. Entre os indícios, a confirmação do deputado Roberto Jeferson, que garantiu ter recebido esse dinheiro.
Laudo desmente CPMI
O laudo da PF desmente o relatório final apresentado pela CPMI dos Correios, que contesta a autenticidade da lista de Furnas. A CPMI também não deu nenhuma atenção à denúncia sobre a lista, preferindo desqualificá-la. Agora, com as recentes conclusões da Polícia Federal, até o trabalho da Comissão está em xeque.
Entre as campanhas eleitorais supostamente abastecidas pelo esquema estão as do ex-governador Alckmin, do ex-prefeito de São Paulo José Serra e do atual governador mineiro, Aécio Neves. Todos do PSDB. As campanhas teriam recebido, respectivamente, R$ 9,3 milhões, R$ 7 milhões e R$ 5,5 milhões.