Privataria: Alckmin entrega patrimônio público a preço de banana
O patrimônio público sofreu ontem um novo golpe do PSDB/PFL. A empresa de energia colombiana Interconexión Eléctrica venceu o leilão de privatização da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) com uma oferta de R$ 1,2 bilhão.
Com a operação organizada por Alckmin, o governo de São Paulo trocou um lucro liquído de R$ 400 milhões anuais por dívidas de outra estatal. Isso porque, com o dinheiro da venda da Cteep, o governo do Estado irá pagar dívidas da Cesp, que ele também planeja privatizar o ano que vem.
O representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Cteep, Roberto Tenório da Costa, diz que a categoria irá recorrer do resultado do leilão. “Se os colombianos quisessem montar aqui uma empresa como a nossa, teriam que investir R$ 16 bilhões, que é o valor do patrimônio da CTEEP”, disse ele.
Os trabalhadores seguem em greve contra a privatização e mantém um contigente de 30% para garantir o abastecimento de energia.
Inquérito – O Ministério Público (MP) também abriu inquérito para apurar suposta improbidade administrativa (má gestão pública) praticada pelos executores da privatização.
Um deles é o presidente do Programa Estadual de Desestatização, Fernando Braga, tesoureiro da campanha de Alckmin.
Para o MP, o leilão foi lesivo aos cofres públicos, pois não foi levado em conta o dinheiro que a companhia tem em caixa, aproximadamente R$ 600 milhões.
A Cteep tem 11.800 km de linhas de transmissão e aproximadamente 2.800 funcionários. No primeiro trimestre deste ano registrou lucro de R$ 82,8 milhões. Para que a venda seja consolidada é necessário a aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica, que irá se manifestar em 30 dias.
A Interconexión é controlada pelo governo colombiano e possui investimentos em outros países da América do Sul.
“Diga não para a privatização do Metrô”
Este é o eslogam da campanha que os metroviários de São Paulo iniciaram ontem contra a privatização da linha 4 do Metrô.
A Justiça determinou que o processo de privatização só pode ter continuidade após julgamento da ação movida pelo Sindicato dos Metroviários de SP, mas o governo do Estado republicou o edital e marcou para 4 de julho a abertura do envelope que definirá a empresa que deverá explorar a Linha 4 durante 30 anos.